A Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) obteve o seu primeiro registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) de cotitularidade de um programa de computador, juntamente com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O registro é do “Software de Dispositivo Autossuficiente para Medição de Pressão e Vazão em uma Tubulação D’água”, criado pelos servidores Altamar Alencar Cardoso e Petrônio Ferreira de Melo, em parceria com os professores Juan Moises Mauricio Villanueva e Heber Pimentel Gomes, além do pós-doutorando Rafael Moura Duarte e do graduando em Engenharia Elétrica Lucas Dantas de Oliveira Elétrica.
A pesquisa, inserida dentro do contexto de inovação aberta, foi desenvolvida de forma integrada pela Cagepa com o Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica em Saneamento (LENHS) e pelo Laboratório de Automação e Instrumentação Inteligente (LAII/PPGEE), ambos da UFPB.
O software consiste em um programa de computador integrado a um sistema de monitoramento inteligente de pressão e vazão em tubulações de água. O diferencial está na autossuficiência energética, obtida por meio de um minigerador hidroelétrico acoplado ao próprio fluxo da tubulação. Dessa forma, o sistema dispensa fontes externas de energia, resultando em uma solução mais econômica, sustentável e escalável, especialmente para áreas remotas ou de difícil acesso. A transmissão dos dados é realizada pelo protocolo MQTT, que envia informações a um banco de dados hospedado em nuvem, atualizado a cada hora. Esses registros são processados e disponibilizados em uma plataforma de visualização de dados, permitindo um acompanhamento em tempo real e com alta confiabilidade.
De acordo com o gerente de Novos Negócios e Inovação, Altamar Cardoso, esse avanço representa uma importante conquista para a Cagepa, reforçando o compromisso com a inovação e a proteção dos ativos intelectuais da Companhia. “A co-titularidade nos permitirá compartilhar os direitos e responsabilidades sobre a patente, potencializando nossas capacidades de desenvolvimento e comercialização da tecnologia envolvida”, afirmou.
Já o professor Juan Villanueva destacou que, do ponto de vista tecnológico, este marco coloca a UFPB em destaque no cenário da Internet das Coisas aplicada ao saneamento, uma vez que combina sensoriamento inteligente, autonomia energética e comunicação em nuvem. “Essa parceria simboliza um marco de inovação na UFPB, mostrando como a integração entre universidade e empresa pública pode gerar produtos tecnológicos de alto impacto, capazes de promover eficiência operacional, reduzir custos e contribuir para a modernização do setor de saneamento. Além disso, abre caminho para novas iniciativas em IoT, automação inteligente e transformação digital, consolidando um ecossistema de inovação que beneficia tanto a academia quanto a sociedade”, pontuou.
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